A VIUVINHA QUE ERA BOA
O ano de 1988 marca a estréia de uma nova peça da Turma do Dionísio: A Viuvinha Que Era Boa, espetáculo para público adulto, adaptação do texto de Anton Tchekov.
Direção: Jerson Fontana. Programação Visual: Augusto Bier.
Elenco: Jerson Fontana, Maristela Marasca e Paulo Menezes.
Aspectos Históricos:
Na noite de julho de 1988, num clube de Santo Ângelo, estreava, após seis meses de ensaios e estudos, a peça “A Viuvinha Que Era Boa”.
A apresentação, numa comunidade do interior, antes de um baile, mostra dois aspectos importantes presentes na história do Grupo: a busca por uma linguagem de teatro popular, “fonte de lazer e transformação social” e a falta de um local público para ensaios e apresentações na cidade.
O primeiro aspecto aparece no testemunho de Bety Aryan, em registro do Jornal Noroeste, de Santa Rosa, datado de 27 de janeiro de 1989. Sobre a noite de estréia Beti comenta: “a peça foi exibida neste dia para um público especial: pessoas simples, agricultores, a maioria alemães e seus filhos saudáveis. A Turma do Dionísio é um grupo insistente que leva pelos recantos deste Estado o teatro que faz profissionalmente e bem feito, com responsabilidade e amor pela arte...” Por fim, acrescenta: “Teatro popular parece utopia, mas não é...”
O segundo aspecto é destacado na coluna “Cotação em baixa” do Jornal das Missões, de Santo Ângelo, datado de 02 de julho de 1988: “A Turma do Dionísio estréia hoje a peça ‘A Viuvinha Que Era Boa’ no salão da localidade de Atafona, porque aqui na cidade uma escola do Estado pediu mais de Cz$ 10 mil pelo auditório e uma escola particular pediu mais de 30 mil. E não teve choro...”
A pesquisa por um teatro popular que mantivesse um caráter universal é uma tentativa constante na trajetória do espetáculo. Por isso, a montagem da peça optou por utilizar como referência a linguagem do “teatro de repertório”, que circulava pelo interior do Brasil no início do século XX.