DOIS PERDIDOS NUMA NOITE SUJA
No ano de 1993, A Turma do Dionísio estreava, Dois Perdidos Numa Noite, de Plínio Marcos.
Em 1985 o texto foi encenado pela primeira vez pelo TUSA (Teatro Universitário de Santo Ângelo), com direção de Antônio Kalb. No elenco estavam Dalmir Ledur e Paulo Menezes.
A Montagem da Turma do Dionísio (1993) foi dirigida por Jerson Fontana, com atuação de Pedro Leo Eckert (Peter) e Silvestre Grziboswski Cenário: Jerson Fontana. Figurinos: Viviane Gill. Programação Visual: Augusto Bier. Projeto Pedagógico: Maristela Marasca. Técnica: Jerson Fontana
Aspectos Históricos:
Um dos textos de Plínio Marcos mais montados no Brasil, “Dois Perdidos Numa Noite Suja” possibilitou o aprofundamento das técnicas de interpretação para os atores do Grupo. Entretanto, a montagem do espetáculo foi marcada por dificuldades. Em primeiro lugar, a dificuldade de conseguir a liberação do texto.
Em resposta ao primeiro pedido feito pelo Grupo, carta expedida em 19 de janeiro de 1993 pela SBAT (Sociedade Brasileira de Autores Teatrais) informa: “Com referência ao seu ofício datado em 12 do corrente, temos a informar que não foi autorizado as apresentações do espetáculo ‘Dois Perdidos Numa Noite Suja’, de Plínio Marcos, pois já existe uma empresa em São Paulo, com os direitos para todos o território Nacional.”
Após nova tentativa, a montagem do texto é autorizada, desde que as apresentações sejam feitas exclusivamente no interior da região Noroeste do Rio Grande do Sul, mediante pagamento de CR$ 10.000.000,00 (“dez milhões de cruzeiros”) a título de adiantamento. A autorização previa ainda o desconto do valor mínimo de CR$ 2.000.000,00 (“dois milhões de cruzeiros”) por apresentação.
Argumentando que trabalha em pequenas cidades e que os valores de ingresso não se comparam aos valores das capitais, o Grupo solicita a revisão dos valores propostos. Em carta de 24 de agosto de 1993, a SBAT responde da seguinte maneira: “Quanto ao mínimo, seremos obrigados a mantê-los, para o período autorizado, uma vez que a inflação galopante já reduziu drasticamente o valor deste mínimo.”
Resolvida a autorização para montagem do texto, outra dificuldade se tornava determinante: a verba para a produção. Sem “capital de giro” e sem patrocínio o jeito foi apelar para empréstimos de amigos. Ah, se não fossem eles... No nosso país, além de companheiros de todas as horas, os amigos são “patrocinadores artísticos”.