Em 1992 o Grupo Theatro Abrindo Brecha, de Ijuí, estreava La Nonna, do autor argentino Roberto Cossa. A montagem contou com a participação de integrantes da Turma do Dionísio.
A montagem foi dirigida por Néstor Monastério e no elenco contava com os seguintes atores: Bernadete Borges (Heloísa Palaoro / Lisiane Medeiros), Carlos Becker, Daisy Barella da Silva, Heitor Schmidt, Jerson Fontana, Ben Hur Mafra / Celso Acker (João França / Néstor Monastério) e Maristela Marasca. Cenografia: Rodrigo Lopes Operação de Som e Luz: João Cazali Contraregra: Valesca da Silva Figurinos: Rodrigo Lopes (concepção
Arno Sérgio Hörlle) Música: Paulo Campos e Néstor Monastério / Arranjos: Paulo Campos Iluminação: Néstor Monasterio Maquiagem: Néstor Monasterio Programação Visual: Augusto Bier
Aspectos Históricos:
Conflitos, inquietações e dúvidas estiveram presentes nos ensaios do espetáculo. Um texto clássico, forte, denso que exige amadurecimento técnico e superação dos abalos emocionais dos atores. Um grupo de pessoas diversas precisa encontrar caminhos para contornar as dificuldades.
O diretor, certamente, encontrou o seu caminho: “Nosso dia-a-dia é um profundo exercício de humildade. O trabalho é com seres humanos, únicos, a partir de suas limitações e não de suas virtudes, pois são as limitações que nos permitem criar. Cada ator compõe o personagem de maneira única, que jamais poderá ser repetida por outro ator” (Jornal da Manhã, Ijuí – 24 de outubro de 1992).
O elenco percorreu várias trilhas: tropeçou, caiu, chorou, levantou e riu. Então, as mãos se deram e o longo caminho foi pacientemente percorrido. Assim, no palco ou fora dele, a cumplicidade de quem se expôs e se esfolou paira levemente sobre os atores e amigos. Depois o caminho prosseguiu, buscando a cumplicidade do público que vê a peça e ri de seus próprios “esfolamentos”.
Wagner Fernandes, professor de história, afirma: “Com precisão de um cirurgião, o bisturi dramatúrgico entra e rasga a carne da sociedade terceiro-mundista, incapaz de deter a voracidade de alguém com quem nos acostumamos a conviver e todos queremos matar. E ainda rimos da tragédia” (Jornal A Notícia, São José do Rio Preto – SP – 27 de julho de 1993). Então, a cumplicidade está posta.